quarta-feira, 22 de outubro de 2014

​O tesouro da “Lua Pálida”



Baixar jogos hoje é bastante fácil – uma miríade de títulos pode ser conferida por meio deste link, por exemplo. Mas há poucos anos, conseguir um título para computadores era tarefa árdua. E foi este o caso de “Lua Pálida”. Dizem que poucas cópias do jogo foram feitas – as restritas unidades de Lua Pálida teriam sido distribuídas a jogadores selecionados a dedo por seu misterioso programador pela região da Baía de São Francisco (Califórnia, EUA).

Pertencente ao estilo “texto-aventura”, Lua Pálida apresentava aos desbravadores somente telas com textos e solicitava a execução de comandos simples. Ao iniciar o jogo, a seguinte descrição era feita:

— Você está em uma sala escura. A luz do luar brilha através da janela. Há OURO no canto do recinto junto com uma PÁ e uma CORDA. Há uma PORTA para LESTE. Comando?

Diversos jogadores descreveram o GAME como sem sentido ou como mal programado. Acontece que apenas comandos determinados faziam com que Lua Pálida não travasse o computador, forçando assim sua reinicialização. Ao pegar o ouro, pá e corda, abrir a porta e seguir para leste, conforme instruído pelo próprio jogo, outra provocadora mensagem aparecia.




— Pegue sua recompensa. Lua Pálida sorri para você. Agora, você está em uma floresta. Existem três caminhos: NORTE, OESTE e LESTE. Comando?

Somente a direção NORTE podia ser escolhida pelos jogadores – se qualquer outro comando fosse executado, um bug seria presenciado pelo jogador. Combinações aparentemente desconexas de comandos não fizeram com que a história contada pelo título angariasse muitos fãs – a maioria dos aventureiros simplesmente abandonou a jogatina. Eis que Michael Nevins, após bater 33 fases e reiniciar seu computador sabe-se lá quantas vezes, fez emergir a intrigante mensagem por trás de todo o enigma.

— Lua Pálida sorri abertamente. Não há caminhos. Lua pálida sorri abertamente. O chão é macio. Lua Pálida sorri abertamente. Aqui. Comando?

Ao executar então as ações “cavar buraco”, “descartar ouro” e “tampar buraco” números apareceram:

— Parabéns. 40.24248 — 121.4434.

Mas, afinal, o que estas sequências podem significar? Depois de algum esforço, Nevins descobriu que os números representavam coordenadas de latitude e longitude. Qual tesouro Lua pálida reservara a seu descobridor? Após chegar ao endereço mencionado pelas instruções, o insistente jogador encontrou um monte de terra revirada.

Ao cavar com ânimo rumo ao seu iminente pote de ouro, eis que uma pintura amarelada logo o espanta: Nevins se deparou com a cabeça de uma garotinha loira em estado de decomposição. As autoridades foram alertadas. O restante do corpo não foi encontrado. Ouro algum foi descoberto pelo jogador e o programador de Lua Pálida é até hoje desconhecido. 

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